A Biota Aquática da baía de Todos os Santos e costa Atlântica de Salvador, Bahia
Mutuca-de-areia (Ophichthus ophis)
- Classe: Actinopterigyii
- Ordem: Anguiliformes
- Família: Ophichthidae

DESCRIÇÃO
A Mutuca-de-areia apresenta corpo serpentiforme, alongado, liso e cilíndrico com a nadadeira cauda pontiaguda fundida às nadadeiras dorsal e anal. Diferente das Mutucas do gênero (Myrichthys spp.) cujas nadadeiras peitorais são pequenas e quase imperceptíveis as nadadeiras peitorais da Mutuca-de-areia são relativamente grandes, dando origem inclusive ao outro nome pelo qual a espécie é conhecida: Mutuca-de-orelha. Como ambos os nomes soam de forma parecida acredita-se que um destes nomes surgiu por confusão, porém ambos representam bem este peixe.

A coloração da Mutuca-de-areia varia do branco ao pardo com manchas escuras ao longo do corpo e pequenas pintas, também escuras próximas à cabeça.

A boca da Mutuca-de-areia é grande em relação ao tamanho da cabeça e as narinas tubulares são voltadas para baixo.

BIOLOGIA
A Mutuca-de-areia habita fundos arenosos onde passa o dia enterrada deixando apenas a cabeça de fora, comportamento que dá origem ao seu nome popular mais comum, Mutuca-de-areia.

À noite a Mutuca-de-areia se desenterra para forragear em busca de comida.

A Mutuca-de-areia geralmente tolera bem a presença do mergulhador, porém ao tentar se aproximar muito ela pode se enterrar completamente desaparecendo. Mas de qualquer forma não convém arriscar, diferente das outras Mutucas, a Mutuca-de-areia pode morder e machucar.

DISTRIBUIÇÃO
A Mutuca-de-areia ocorre no Atlântico Ocidental, da Flórida nos Estados Unidos ao sul do Brasil.

Em Salvador e na baía de Todos os Santos a Mutuca-de-areia é mais comum no substrato arenoso próximo aos recifes, sendo muito comum no Porto da Barra, e comum próximo ao naufrágio do Blackadder, aos Corais da Boa Viagem, ao Quebra-mar Norte e ao Molhe Sul.

STATUS DE CONSERVAÇÃO
A Mutuca-de-areia não se encontra em nenhuma lista de espécies ameaçadas.

A Mutuca-de-areia não é alvo de nenhuma captura, seja para o consumo ou seja para o mercado ornamental, porém quando capturadas por engano são geralmente mortas e em alguns casos consumidas.
Esta espécie é considerada de risco para a intoxicação por Ciguatera.

Autor(es)
Mergulhador e apaixonado pelos oceanos desde a infância.
Desde a década de 1990 está envolvido em ações e pesquisas relacionadas com a biota aquática, tendo sido coordenador de resgate do Centro de Resgate de Mamíferos Aquáticos (CRMA) do Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) e fundador do Centro de Pesquisa e Conservação dos Ecossistemas Aquáticos (Biota Aquática) e do EcoBioGeo Meio Ambiente & Mergulho Científico, e ao longo dos anos participou de projetos de pesquisa e de consultoria na ambiental em parceria com diversas instituições.
Também atua como instrutor de mergulho SDI e PADI.
Tem como objetivo, além de produzir informação de qualidade fomentar o reconhecimento e a qualificação dos mergulhadores científicos.