A Biota Aquática da baía de Todos os Santos e costa Atlântica de Salvador, Bahia
Gregório (Stegastes pictus)
- Classe: Actinopterigyii
- Ordem: Perciformes
- Família: Pomacentridae

DESCRIÇÃO
O Gregório é um peixe pequeno, atinge no máximo 12 cm de comprimento total, o seu corpo é bem escuro, as margens das nadadeiras dorsal, anal e ventral são azuis cintilante.

Nos indivíduos jovens o pedúnculo caudal, as nadadeiras peitorais, a cauda e a porção posterior da nadadeira dorsal são amarelo vivo, a medida que o Gregório vai crescendo as porções amarelas do corpo vão reduzindo e em alguns exemplares se reduzem à porção superior da nadadeira caudal.

Os jovens também apresentam estrias azul cintilante no topo da cabeça e um ocelo negro bem visível na porção posterior da nadadeira dorsal, com o tempo esse ocelo vai se confundindo com o resto do corpo e as estrias da cabeça somem.

BIOLOGIA
O Gregório vive associado ao substrato em profundidades que variam entre 7 m e 50 m onde se alimenta de tufos de alga e usa as brechas no substrato como abrigo.

Assim como a maioria dos Pomacentrideos (Donzelas) é um peixe territorial e defende o seu território bravamente, porém é menos agressiva que a Maria-preta (Stegastes fuscus) e que a Donzelinha (Stegastes variabilis).

Quando um mergulhador se aproxima, diferente da Maria-preta, a primeira reação do Gregório é fugir e se entocar, porém logo em seguida sai vigorosamente para defender seu território, mas logo volta para a toca.

DISTRIBUIÇÃO
O Gregório é endêmico do litoral da América do Sul, ocorrendo das Guianas ao sul do Brasil. Aparentemente é mais abundante no litoral dos estados do Sudeste, do Espírito Santo a São Paulo.

Nos pontos de mergulho entre Salvador e a baía de Todos os Santos o Gregório apesar de poder ser observado em vários deles, não é um peixe muito abundante e muitas vezes passa despercebido, confundido com uma Maria-preta ou um Crisurus (Mycrosphatodon crisurus) adulto, porém costuma ocorrer em profundidades maiores que a Maria-preta e em ambientes diferentes aos do Crisurus.

O trecho do Parque Marinho da Barra entre o Boião da Barra e o sítio dos naufrágios do Germânia e do Bretagne, os Cabos no Porto da Barra, o Marco Polo, a área das poitas e as áreas mais profundas dos corais do Yacht Clube da Bahia, o Molhe Sul, o Quebra-mar Norte, o Banco da Panela e o naufrágio do Blackadder são os pontos onde eles são observados com maior facilidade.

STATUS DE CONSERVAÇÃO
O Gregório não se encontra sob nenhuma classificação de ameaça.

Devido ao tamanho e ao seu colorido a principal ameaça ao Gregório é o mercado de peixes ornamentais.

Autor(es)
Mergulhador e apaixonado pelos oceanos desde a infância.
Desde a década de 1990 está envolvido em ações e pesquisas relacionadas com a biota aquática, tendo sido coordenador de resgate do Centro de Resgate de Mamíferos Aquáticos (CRMA) do Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) e fundador do Centro de Pesquisa e Conservação dos Ecossistemas Aquáticos (Biota Aquática) e do EcoBioGeo Meio Ambiente & Mergulho Científico, e ao longo dos anos participou de projetos de pesquisa e de consultoria na ambiental em parceria com diversas instituições.
Também atua como instrutor de mergulho SDI e PADI.
Tem como objetivo, além de produzir informação de qualidade fomentar o reconhecimento e a qualificação dos mergulhadores científicos.