Apesar de ter surgido no fim do século XIX e início do século XX com os dados levantados pelos clubes de observadores de pássaros, apenas nos dias atuais, com o crescimento da conscientização ambiental associado com o boom das redes sociais e a popularização das câmeras fotográficas que inclusive vão com as pessoas a todos os cantos em seus celulares o termo e a sua prática se tornaram populares.
No sentido literal o termo Citizen Science (Cidadão Cientista em português literal) se refere às pesquisas que tem na sua base de dados informações obtidas através de registros ou relatos feitos pelo cidadão comum (não cientista).
Na primeira década dos anos 2000 diversos projetos de pesquisa, especialmente os que envolviam pesquisas com a megafauna carismática (baleias, golfinhos, tartarugas, …) possuíam programas de eco-voluntários onde voluntários se inscreviam para participar de uma campanha de coleta de dados, geralmente em Parques Nacionais ou em ambientes naturais e auxiliavam os cientistas coletando informações básicas conforme instruções prévias.
Como o mergulhador está sempre em contato com o ambiente marinho e sua biota, ele se torna um potencial cidadão cientista e contando com isso alguns programas envolvendo mergulhadores também surgiram, dentre eles o programa de monitoramento visual da saúde dos corais, Coral Watch, criado em 2002 pela Universidade de Queensland (Austrália) que para auxiliar no monitoramento criou uma prancha submersível (Coral Health Chart) com gradiente de cores e códigos para a comparação do colorido dos corais, e os mergulhadores submetiam suas observações através do site https://coralwatch.org/ (atualmente os mergulhadores podem submeter os seus dados através de APPs para Android e iOS).
Atualmente o projeto possui informações para 551 recifes ao redor do mundo, todas elas obtidas por cidadãos cientistas.
É possível ver um mapa com todos os registros já obtidos no site do programa.
Outros programas destinados a mergulhadores são realizados pelo Reef Environmental Education Foundation (REEF.org) desde 1990, dentre eles Volunteer Fish Survey Project (censo voluntário de peixes recifais), Invasive Species Program (programa de informação e monitoramento de espécies invasoras) e outros.
Atualmente com a popularização das redes sociais e do uso de hashtags (#) diversos projetos passaram a utilizar estas redes para que os mergulhadores submetam as imagens e dados coletados para os mais diversos projetos.
A EcoBioGeo está apta a capacitar cidadãos mergulhadores na identificação de organismos marinhos e na aplicação de protocolos e métodos de coleta de dados comuns a muitos projetos de pesquisa e conservação. Entre em contato!!
Autor(es)
Mergulhador e apaixonado pelos oceanos desde a infância.
Desde a década de 1990 está envolvido em ações e pesquisas relacionadas com a biota aquática, tendo sido coordenador de resgate do Centro de Resgate de Mamíferos Aquáticos (CRMA) do Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) e fundador do Centro de Pesquisa e Conservação dos Ecossistemas Aquáticos (Biota Aquática) e do EcoBioGeo Meio Ambiente & Mergulho Científico, e ao longo dos anos participou de projetos de pesquisa e de consultoria na ambiental em parceria com diversas instituições.
Também atua como instrutor de mergulho SDI e PADI.
Tem como objetivo, além de produzir informação de qualidade fomentar o reconhecimento e a qualificação dos mergulhadores científicos.
